Pneus de baixa resistência “esticam” mesmo a autonomia de um elétrico?

21/06/2024

Um estudo em condições reais de utilização conduzido pela Michelin, revelou que os pneus, muitas vezes ignorados, assumem um papel fundamental na gestão da autonomia de um elétrico. “Devido ao binário instantâneo dos motores elétricos, e ao seu maior peso, devido às baterias cada vez com maior capacidade, os pneus dos veículos de propulsão elétrica são submetidos a maiores cargas, e, portanto, a um maior desgaste. Por isso, a resistência ao rolamento desempenha um papel decisivo, tanto em termos de consumo de energia e de autonomia, como de ruído, fatores determinantes para os utilizadores de veículos elétricos”, refere o fabricante de pneus.

 

Numa série de testes, diversos condutores cumpriram o trajeto entre Madrid e Valência ao volante de veículos Peugeot e-3008 equipados com pneus Michelin e.Primacy, percorrendo quase 400 km sem necessidade de parar para recarregar a bateria.

As diversas equipas de condutores deviam cobrir os 384 km que separam o bairro de Aravaca, nas imediações de Madrid, da Albufeira de Valência, um espaço natural com praias.

O trajeto foi realizado pelas autoestradas R-3 e A-3, com o modo de condução Normal ou Eco, e a climatização automática programada para 21º C. A única paragem autorizada era para trocar de condutor, em Atalaya del Cañavate (Cuenca), ao quilómetro 175 do odómetro; em caso algum era admitida uma recarga durante o percurso.

O resultado mostrou que todos os Peugeot e-3008 participantes no teste e equipados com os pneumáticos Michelin e.Primacy, chegaram à Albufeira valenciana, e com quilómetros de autonomia de sobra para fazer um longo percurso pelos arredores.

Uma das unidades que cobriu uma maior distância efetuou uma viagem de 420 km, a uma velocidade média de 91 km/h, conservando, ainda, 48 km de autonomia extra, enquanto o veículo que alcançou uma maior autonomia restante, 70 km, percorreu 387 km, a uma média de 89 km/h, com um consumo médio de 14,6 kWh.

“Durante o evento, também ficou demonstrado que a velocidade não é incompatível com a eficiência, dado que um dos Peugeot e-3008 registou uma média de 97 km/h para um trajeto de 389 km (66 km de autonomia restante). O mais rápido cumpriu o trajeto a uma média de 105 km/h, para percorrer 385 km e deixar 33 km de reserva”, comenta a Michelin.

Neste ponto, “os pneus mostraram ser um fator chave do desafio na melhoria do rendimento energético de um veículo elétrico”, de acordo com a Michelin que destaca que os seus e.Primacy, que equipam, de origem, o Peugeot e-3008, com baixa resistência ao rolamento, são capazes de incrementar a autonomia em até 7% num veículo elétrico.