O boneco da Michelin é branco e não preto como os pneus. Esta é a razão

02/10/2023

O icónico Bibendum nasceu em 1898 e, desde então, evoluiu bastante até chegar à forma carismática que conhecemos. Mas não devia o boneco da Michelin ser preto como os pneus, em vez de branco?

Reza a lenda que o nascimento do famoso Bibendum, o boneco da Michelin, aconteceu por acaso, em 1889, durante a exposição “Universal de Lyon”, quando Édouard Michelin comentou que um monte de pneus de bicicletas empilhados pareciam ter a forma de um homem. Só lhe faltavam os braços, terá comentado com o irmão André, que quatro anos mais tarde decidiu encomendar a mascote ao famoso artista O’Galop.

Com o passar dos anos, o boneco Michelin foi ganhando imagem cada vez mais moderna e humanizada. Presente em grande parte das comunicações da marca, o Bidendum conta com um registo impressionante de reconhecimentos e homenagens. até mesmo de Salvador Dalí. Mas algo nunca mudou em mais de 130 anos de história, a sua cor.

Mas por que razão o boneco da Michelin não é preto como os pneus, em vez de branco.

Na verdade, os primeiros pneus eram praticamente brancos, ou do tom muito claro da goma que sai das árvores que a produzem. E se os pneus da sua viatura mantivessem a cor natural seriam num branco ligeiramente amarelado (cor da borracha sintética).

A cor preta deve-se a uma substância chamada “negro de carbono” ou “negro de fumo”, que melhora a resistência à tração.

O Bidendum tem afinal a cor certa

O motivo para que os pneus passassem a ser mais escuros foi um ingrediente que se adicionou à sua composição a partir de 1917. Trata-se do carvão, um material que resulta da combustão incompleta dos derivados do petróleo. Juntou-se a outros componentes para melhorar as propriedades dos pneus.

O preto do carvão representa entre 25 e 30% do material utilizado no fabrico dos pneus. Porque ajuda a repartir a temperatura e melhora a aderência dos pneus, estes também resistem melhor aos quilómetros.

A desvantagem era que esta técnica encarecia os pneus, então alguns fabricantes decidiram aplicá-lo apenas na banda de rodagem, deixando as paredes laterais brancas. Foi, portanto, uma razão puramente económica que a certa altura tornou populares os pneus bicolores que hoje associamos aos carros clássicos.