Relatório revela que um ataque informático para travar 20% dos automóveis que inundam uma cidade em hora de ponta seria o suficiente para provocar o caos, com consequências gravíssimas para a segurança de todos.

Com a democratização de tecnologia que permite que, no interior do nosso automóvel, utilizemos a Internet, pesquisemos todo o tipo de informações por comandos de voz, comuniquemos com outros carros e com as infraestruturas em redor, ou que o próprio carro se conduza de forma totalmente autónoma, novos perigos espreitam. Desde logo, porque este gigante aparelho inteligente sobre rodas, que é o automóvel do futuro, pode vir a ser controlado por mãos criminosas. E, no caso de um ataque em massa, com consequências caóticas!

Os carros conectados são vulneráveis a ataques de ‘hackers’, é uma evidência. Mas até que ponto estaremos expostos ao perigo? Um relatório recente do Consumer Watchdog confirma que «o problema das tecnologias da indústria é que os sistemas críticos para a segurança destes veículos estão a ser conectados à Internet, sem a segurança adequada e sem a opção de desconectá-los em caso de ataque informático». O perigo existe.

E o mesmo estudo, que contou com a participação de alguns ‘piratas’ informáticos, atualmente ao serviço do setor, conclui que um ataque em larga escala, numa das grandes capitais do mundo, poderia causar a morte a milhares de pessoas, entre automobilistas, peões e todos os outros utilizadores da via pública, incluindo vítimas que se veriam privados de assistência numa cidade totalmente paralisada.

No Instituto de Tecnologia da Geórgia, nos Estados Unidos, também se pesquisou sobre os possíveis efeitos de um ataque informático desta dimensão aos sistemas dos automóveis.

Esta equipa de especialistas simulou uma situação de ataque, utilizando como exemplo o tráfego em Manhattan, Nova Iorque, para concluir que a paralisação de apenas 20% dos automóveis, durante a chamada hora de ponta, seria o suficiente para congelar o trânsito em toda a cidade. «Ninguém seria capaz de se movimentar pela da cidade.”, afirma David Yanni, um dos responsáveis pela pesquisa.

Para reduzir o potencial do caos, Skanka Vivek, que participou no mesmo estudo, aconselha que se estude a possibilidade de uma divisão da rede digital que controla os automóveis. «Se pudermos ter certeza de que os carros próximos um do outro não podem ser ‘hackeados’ ao mesmo tempo, diminui-se o risco de poderem ser usados para bloquear o trânsito em simultâneo».

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